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Oficinas de metodologias na Geografia Cultural

Nessa edição comemorativa dos 30 anos do NEPEC convidamos pesquisadoras e pesquisadores que vêm desenvolvendo investigações em estimulantes temas no campo da geografia cultural para compartilharem suas metodologias e ferramentas de pesquisa. As oficinas acontecerão ao longo da manhã do segundo dia do simpósio, terão três horas de duração e será concedido certificado de participação com horas de atividades complementares.

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Listamos aqui as oficinas e abaixo as informações detalhadas. Para saber mais sobre os coordenadores e grupos das oficinas, basta clicar sobre a foto que você será redirecionado para o link do lattes ou perfil no Instagram.

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Oficina 1 – Geografando com sons e músicas

Coordenação Júlia Cossermelli de Andrade (DGH/UERJ) e Alessandro Dozena (DGE/UFRN)

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Oficina 2 – Geografia, diversidade e sexualidade

Coordenação Grupo GeoCorpo (IGEOG/UERJ)

Nilton Abranches Jr. (DGH/UERJ)

Bruno Nascimento de Souza (IGEOG/UERJ) 

Carolina da Silva Santos (PPGEO/UERJ)

Tiago Dionisio da Silva (PPGEO/UERJ)

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Oficina 3 – Eu, eles, nós - a fotografia como conexão

Coordenação Erika Tambke (Coordenadora do Imagens do Povo/Observatório de Favelas)

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Oficina 4 – Geografia nos videogames

Coordenação Washington Drummond (CEFET/RJ)

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Oficina 5 – Metodologias híbridas para a análise do hibridismo cultural nas paisagens

Coordenação André Nunes de Souza (IFBA-BA)

Oficina 1 – Geografando com sons e música

Nesta oficina buscaremos aproximar as linguagens sonoro-musicais do conhecimento geográfico. Assim, proporemos discutir as contribuições e potencialidades das músicas e das sonoridades na produção e no ensino desse conhecimento. Destacaremos os sons e as músicas não só como recursos de representação e imaginação, mas como participantes na produção dos conhecimentos geográficos. O objetivo principal da oficina será analisar as contribuições e potencialidades das músicas e das sonoridades na produção e ensino do conhecimento geográfico, identificando possibilidades de sua participação na produção desses conhecimentos.  

A oficina será desenvolvida em cinco momentos:

1) Iniciaremos discutindo as diferenças entre linguagens artísticas e outras formas de produção do conhecimento, sobretudo o científico.  

2) Apresentaremos exemplos para caracterizar a linguagem artística da música; destacando os principais elementos e especificidades dela.

3) Apresentaremos e analisaremos, junto com os/as participantes, trechos de canções;

4) Refletiremos sobre o desenvolvimento cognitivo e o papel das músicas, acionando conhecimentos teórico-práticos constitutivos do processo de aprendizagem. Abordaremos aspectos do processo de aquisição da inteligência espacial mediados pelas músicas, dialogando com as tendências atuais do ensino e aprendizagem em Geografia.

5) Considerações Finais: Retomada e sistematização das principais questões trabalhadas no decorrer da oficina.

Oficina 2 – Transgressões epistemicas: corporiedades em foco e na prática

​A partir de uma abordagem dentro da geografia cultural, em uma reflexão crítica das relações assimétricas de poder, sobre as distintas realidades socioespacais. Isso faz parte da própria disputa de agendas que essa ciência vem assumindo, mostrando que não é estática e que acompanha as transformações e conflitos que se manifestam ou impactam as dinâmicas do (e no) espaço. Em um caminho para romper com essa tradição, partimos da desobediência epistemológica, ou seja, propormos debater as particularidades dos espaços corporificados, considerando que a vivência espacial é diferenciada de acordo com as marcas que esse corpo carrega. Dessa forma, a proposta desse campo é ir ao encontro às fronteiras da geografia que estruturam e se denominam de geografias feministas e/ou geografias subversivas; assumindo o desafio de questionar e desconstruir os saberes científicos descorporificados. Evidenciar estes corpos demonstra que a geografia tem o papel de problematizar e tensionar os legados coloniais, que permanecem nas dinâmicas espaciais e são influenciados não apenas por características econômicas, mas também raciais e de gênero. É, sobretudo, pensar em uma ciência que combata aspectos eurocêntricos que ela mesma ajudou a naturalizar, demonstrando que fenômenos entendidos como culturais não são externos a sociedade, mas construídos nela em diferentes e múltiplas escalas e espacialidades.

Oficina 3 – Eu, eles, nós - a fotografia como conexão

A fotografia pode ser uma das consequências do nosso interesse por outra pessoa, a quem queremos registrar e de alguma maneira guardar em nossa memória, individual ou coletiva. Mas, apesar de boas intenções, por vezes podemos nos descuidar com o processo e reforçar estereótipos sobre pessoas e seus lugares. Em vez de contribuirmos para contar novas histórias, repetimos as mesmas.

Esta oficina propõe debates que se relacionam à ética do ato de fotografar. Além disso, estendemos este questionamento a métodos de pesquisa ou mesmo se a fotografia pode apoiar a prática acadêmica. Como abordamos os nossos temas? A quem nos reportamos ou retratamos? Qual a relação que se constrói com as pessoas fotografadas e pesquisadas? O que é possível fazer para dar um retorno a estas pessoas?

Todes com interesse em pensar a relação com fotografades são benvindes neste encontro, sejam estudantes, pesquisadores, fotógrafes ou mesmo curioses interessades.

Oficina 4 – Geografia nos videogames

Os videogames possuem um enorme potencial comunicativo. Ao (re)apresentar realidades espaciais, esse veículo carrega diversas mensagens e significados que são de muita valia para o conhecimento geográfico. Contudo, embora um gradual aumento de interesse tenha sido observado, especialmente no campo pedagógico, verifica-se ainda ambiente para maior aprofundamento e emergência de novas perspectivas de análise.  

Na tentativa de aproximar o campo de saber geográfico ao objeto de estudo dos jogos eletrônicos, a oficina "geografia nos videogames" propõe, por um lado, explorar algumas possibilidades de tratamento e interpretação desse veículo através olhar geográfico e, por outro, ensejar o seu uso como ferramenta didática auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de Geografia.

Para essa tarefa far-se-á uso de alguns recursos táteis e audiovisuais, tais como: imagens digitais, vídeos e dispositivos destinados ao ato de jogar (console, joystick, celular e tabuleiro). Será também utilizado uma planilha com a finalidade de exercitar intelectualmente o olhar dos participantes.

Os videogames são um expressivo fenômeno social da cultura pop contemporânea e suscitam importantes debates dos quais os geógrafos não podem ficar à parte. Espera-se que, ao final da oficina, os integrantes consigam romper com o distanciamento acadêmico e pedagógico frente aos jogos eletrônicos, e, com isso, estejam hábeis em reconhecer as temáticas, os processos e os fenômenos, representados nos videogames, a serem trabalhados tanto em sala de aula, como enquanto objeto de pesquisa.  

Oficina 5 – Metodologias híbridas para a análise do hibridismo cultural nas paisagens

O objetivo da oficina é discutir e praticar metodologias híbridas como recurso metodológico na análise de paisagens marcadas pelo hibridismo cultural. A paisagem, entendida como acúmulo de diferentes tempos técnicos, nos termos propostos por Milton Santos, pode também ser pensada a partir do acúmulo dos elementos, ideias e representações culturais que lhes formam. Nesse sentido, inspirado nas metodologias de análise das paisagens desenvolvidas pelo Grupo Espaço-Livre de Pesquisa-Ação (PosGeo/UFBA), a oficina lançará mão de metodologias híbridas, amparadas na Fenomenologia e no Materialismo Histórico e Dialético, buscando apreender a um só tempo processos de objetivação e subjetivação formadores das paisagens. Para tanto, faremos uma série de exercícios seguidos de discussão teórico-metodológica a partir de um estudo de caso específico, pensando as possibilidades de uso em outros objetos/ recortes espaciais.

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